Por Drª Sílvia Lessa
O Dia Internacional da Tireoide ocorre no dia 25 de maio e marca a conscientização das pessoas sobre problemas na glândula endócrina, localizada na parte anterior do pescoço, responsável pela produção de hormônios que regulam diversas funções.
• Hipertireoidismo, a liberação dos hormônios em excesso, pode causar aumento do apetite, diarreia, batimentos cardíacos acelerados, perda de peso, protusão do globo ocular
• Hipotireoidismo, produção dos homônios em quantidades insuficientes, causando obesidade, letargia, sensação de cansaço, diminuição da memória, obstipação intestinal
• Hipotireoidismo congênito ocorre quando a glândula tireoide não se desenvolve de forma adequada durante a vida fetal. Pode ser detectado precocemente pelo teste do “Pezinho” e deve ser tratado o mais rapidamente possível. Nos primeiros dias de vida, o bebê pode ter dificuldades para se alimentar, hipotermia (tempera corporal baixa), hipoatividade e edema em face e membros.
• A criança com hipotireoidismo não tratado apresentará atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, obesidade e deficiência intelectual como principais manifestações
• A doença de Graves (hipertireoidismo) ou a Tireoidite de Hashimoto (hipotireoidismo) são doenças imunológicas frequentes que acometem a tiroide.
• O câncer da tireoide está entre os cinco tipos de câncer mais frequentes, mas com alta taxa de cura, relacionado principalmente ao tipo de câncer. Os testes Genéticos para Câncer podem auxiliar na conduta e prognóstico
• O aumento do tamanho da tireoide pode ser decorrente da presença de nódulos na tireoide, e a maioria deles são benignos e estão associados ao aumento na produção dos hormônios tireoidianos.
O Hipotireoidismo adquirido é a endocrinopatia mais comum. Pode haver casos diagnosticados após os 2 anos de idade que tem origem em um problema congênito, mas na maioria das vezes, é adquirido. Histórico familiar de doenças da tireoide: autoimune, passado de cirurgia ou radiação em pescoço, o uso de medicamentos que afetam o metabolismo dos hormônios tireoidianos e deficiência ou exposição prolongada à quantidade excessiva de iodo são os fatores de risco mais comuns para as doenças da tireoide.
Endocrinologista pediátrica da Singular Medicina de Precisão, Silvia Lessa, explica que os sintomas clássicos do hipotireoidismo adquirido são sonolência, cansaço, ganho de peso, cabelos e unhas frágeis, intolerância ao frio e distúrbios da fertilidade. Mas nem sempre os sintomas são evidentes, alerta a especialista: “Muitas vezes os sintomas são inespecíficos e podem ser diagnosticados somente durante um exame laboratorial de rotina. Além da história clínica, é necessário sempre checar a função da tireoide através da dosagem dos hormônios que a regulam e os hormônios por ela produzidos”.
Tireóide e Coronavírus
O Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que distúrbios da tireoide, em geral, não são associados ao maior risco de adquirir infecções virais nem são associados à maior gravidade nas pessoas infectadas pelo COVID-19. Mas pacientes com distúrbios tireoidianos mal controlados, pacientes com câncer de tireoide em uso de quimioterapia ou medicamentos corticoesteróides ou imunossupressores, devem ter mais atenção neste momento de pandemia. Apesar de não existirem dados específicos a respeito do SARS-CoV-2 e complicações na tireoide, estudos realizados após a epidemia anterior de SARS mostraram que o Coronavírus pode afetar a função tiroidiana em pessoas previamente sem doenças que envolvessem a glândula.
A orientação do Departamento Científico da SBP é que os pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo devem manter as doses e esquemas da levotiroxina ou medicamentos antitireoidianos como recomendados em caso de infecção pelo coronavírus. As consultas eletivas presenciais não são recomendadas, para evitar risco de contaminação em consultórios e hospitais com pessoas que podem estar infectadas. No entanto, podem ser realizadas teleconsulta, principalmente para os pacientes que estejam com as dosagens hormonais inadequadas. É necessária a orientação médica para ajustes de doses das medicações.