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Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um Transtorno do Neurodesenvolvimento com forte base genética, embora sua etiologia envolva uma complexa interação entre fatores hereditários, mutações espontâneas e influências ambientais [1]. Neste texto, exploramos os avanços recentes na compreensão genética do autismo, com ênfase em como esses achados podem orientar diagnósticos e intervenções personalizadas.

1. Herança Genética e Heterogeneidade

Estudos estimam que a herdabilidade do TEA ultrapassa 90%, tornando-o um dos transtornos neuropsiquiátricos com maior influência genética [2]. A análise de grandes coortes epidemiológicas revela que mais de 1.000 genes estão associados ao autismo, muitos deles envolvidos em processos como comunicação neuronal, formação sináptica e desenvolvimento cerebral [3]. 

2. Síndromes Genéticas e Comorbidades

Cerca de 30% dos casos de TEA estão vinculados a síndromes genéticas específicas, como Síndrome do X Frágil (FMR1), Síndrome de Rett (MECP2) e esclerose tuberosa (TSC1/TSC2) [4]. Alterações em regiões cromossômicas, como 15q11-q13 (associada à síndrome de Prader-Willi/Angelman) e 7q22-q33 (gene RELN, crítico para a migração neuronal), também são frequentes [5].

Estudos de sequenciamento de última geração identificaram variações no número de cópias (CNVs) em genes como UBE3A e GABRB3, que modulam a excitabilidade neuronal e estão ligados a comorbidades como epilepsia e deficiência intelectual [6].

3. Exames Genéticos na Prática Clínica

A avaliação genética é essencial para:

  • Diagnóstico diferencial: Distinguir o TEA de outros transtornos do neurodesenvolvimento.
  • Orientação familiar: Identificar mutações herdáveis para aconselhamento genético.
  • Intervenções personalizadas: Direcionar terapias com base em perfis genéticos específicos [7].

Técnicas como microarray (detecção de CNVs) e sequenciamento do exoma completo (análise de ~24.000 genes) têm taxas de detecção de 20-30% em casos sem diagnóstico claro [8].

4. Epigenética e Fatores Ambientais

Mecanismos epigenéticos, como metilação do DNA e modificação de histonas, podem modular a expressão gênica sem alterar a sequência do DNA. Fatores ambientais, como infecções pré-natais, exposição a poluentes e uso de ácido valproico durante a gravidez, aumentam o risco de TEA em indivíduos geneticamente predispostos [9].

Um estudo recente destacou a interação entre variantes genéticas raras e exposições ambientais, sugerindo que a combinação desses fatores explica parte da diversidade fenotípica do espectro [10].

5. Futuro da Pesquisa e Medicina de Precisão

Avanços em tecnologias como análise de RNA e estudos epigenômicos prometem desvendar casos ainda não explicados por alterações no DNA [11]. Além disso, a integração de dados genômicos com características clínicas permite estratificar o TEA em subtipos (ex.: autismo com comorbidades neurológicas vs. autismo “essencial”), otimizando o manejo terapêutico [12].

Conclusão
A genética do autismo é um campo em rápida evolução, com implicações diretas no diagnóstico e tratamento. Aqui na Singular, combinamos tecnologias de ponta e medicina de precisão para oferecer respostas precisas. Para conhecer nossos exames , visite nosso  site.

Referências

  1. Genetics of autism spectrum disorderHandb Clin Neurol. 2018.
  2. Autism. Genetic and biological aspectsMedicina (B Aires). 2019.
  3. Autism: geneticsBraz J Psychiatry. 2006.
  4. Sibling recurrence risk in autism and ADHDJAMA Pediatr. 2019.
  5. Chromosomal regions 15q11-q13 and 7q22-q33 in autismAm J Med Genet B Neuropsychiatr Genet. 2016.
  6. CNVs in UBE3A and GABRB3 in autism and epilepsyMol Psychiatry. 2017.
  7. Genetic testing in autism clinical practiceGenet Med. 2020.
  8. Detection rates of microarray and exome sequencingJAMA Pediatr. 2017.
  9. Epigenetics and environmental risks in autismEnviron Health Perspect. 2020.
  10. Gene-environment interactions in autismBiol Psychiatry. 2019.
  11. RNA analysis and epigenomics in autismNat Neurosci. 2020.
  12. Genomic data integration for autism subtypesCell Rep Med. 2021.

A Genética do Autismo: O que sabemos e Aplicações Clínicas