Doença na próstata e mama feminina são os mais incidentes em Salvador, alerta INCA

Criado por meio de uma portaria do Ministério da Saúde de dezembro de 1988, o Dia Nacional de Combate ao Câncer acontece nesta quarta-feira, 27 de novembro, e tem como objetivo ampliar o conhecimento da população brasileira sobre a doença e a sua prevenção. O INCA (Instituto Nacional de Câncer) apresenta dados que estimavam para o Brasil, no biênio 2018-2019, a ocorrência de 600 mil novos casos de câncer para cada um desses anos. Em Salvador, os casos de maior incidência são o de próstata, entre homens, e de mama, entre as mulheres. Em 2018, a estimativa apontou que foram 1020 casos de câncer de mama entre mulheres e 780 casos de câncer de próstata entre homens na capital, considerando a incidência por 100 mil habitantes. No estado, os números se ampliam para 2.870 casos de câncer de mama entre mulheres e 4.280 casos de câncer de próstata entre homens. Entre os casos mais comuns, estão ainda Colo do Útero; Traqueia, Brônquio e Pulmão; Cólon e Reto e Estômago. No Brasil o Câncer de Pele não melanoma o número gira em torno de 170 mil novos casos. Outros tipos da doença devem somar 420 mil novos casos.

Oncologista e Oncogeneticista da Singular Medicina de Precisão, Samuel Afonseca, explica que o câncer tem origem em um erro genético, no DNA, chamado “mutação”. “Tais erros ocorrem normalmente todo tempo no nosso organismo decorrente do processo de divisão celular. A maior parte das células que compõem nosso corpo precisam se dividir para substituir outras que foram perdidas ou que já estão velhas. Células com erros no DNA podem ser reparadas ou eliminadas por um processo chamado apoptose. Se o organismo não conseguir eliminar ou reparar, aí surge o câncer” explica o médico. Esses erros, alerta Samuel, podem vir do estilo de vida que as pessoas levam: exposição ao Sol, uso de cigarro e álcool, além de outros fatores como obesidade, sedentarismo, poluição ambiental, radiação, reposição hormonal e infecção por vírus, que podem induzir erro no DNA e provocar a doença. A substituição desses hábitos por outros mais saudáveis podem reduzir em até 50% o risco de ter câncer.

Mas para quem adota hábitos saudáveis de vida, outros fatores não se pode evitar: “A idade, por exemplo é o principal fator de risco para se ter câncer. Quase 80 % dos casos de câncer hoje são em pessoas acima dos 60 anos. Na década de 50 tínhamos 3 milhões de idosos, 5 % da população, e hoje temos cerca de 30 milhões, 15% do total. Isso graças ao aumento populacional, queda da natalidade e uma expectativa de vida cada vez maior. No passado as principais causas de morte eram por doenças infecciosas e vivíamos pouco. Hoje morremos de doenças crônico degenerativas, ou seja, câncer, infarto do miocárdio e derrame cerebral”, diz Samuel, que explica ainda que como a expectativa de vida continuará aumentando, mais casos de câncer deve surgir com o avançar da idade. Além das mudanças no estilo de vida, a detecção precoce é aliado na hora do combate à doença. “O preventivo, para colo uterino, a mamografia, o PSA (para próstata) e a colonoscopia (intestino) servem para detectar o tumor no início e a cura chega a 95% dos casos”, explica o oncologista.

Algumas mutações genéticas não são causadas pelo ambiente, mas já fazem parte do organismo do paciente: “É o câncer hereditário, que corresponde a cerca de 10% dos casos. Nestes casos o câncer costuma surgir em idades precoces e em vários membros da família. Aqui o aconselhamento genético pode salvar muitas vidas”, alerta Samuel.

Singular MP - Dr Samuel Afonseca - Oncologista Clínico
Singular MP – Dr Samuel Afonseca – Oncologista Clínico